sábado, 12 de setembro de 2015
O PODER DA GALHOFA
Fonte: O GLOBO
Autor: Nelson Motta
Como imaginar que alguém que se expressa de forma tão confusa tenha um pensamento organizado e lógico sobre um tema complexo?
A galhofa é um traço marcante do espírito brasileiro, e se manifesta até nas grandes adversidades e em momentos dramáticos, como uma forma de desmoralizar o sofrimento, a raiva e a frustração. Sinaliza o fim do jogo, a derrota sem honra, a retirada sem dignidade. O riso e o deboche anunciam o fim de uma era e a saída de cena de seus protagonistas sob vaias da plateia.
Os bonecos de Lula presidiário e de Dilma com nariz de Pinóquio os atingem em cheio onde mais temiam. No início da crise e ameaçando entrar na guerra, Lula disse que suportaria tudo, menos ser chamado de ladrão. E Dilma, que até FH reconhece como honrada e nem a oposição mais feroz acusa de roubar, para 93% dos brasileiros é mentirosa. Não há crescimento econômico nem marketing que façam um mentiroso voltar a ser acreditado.
O que preocupa em Dilma é a conexão entre a sua forma de falar e o seu pensamento. Como imaginar que alguém que se expressa de forma tão tortuosa e confusa, mesmo nos assuntos mais simples, tenha um pensamento organizado e lógico sobre um tema mais complexo? Não é questão de oratória, talvez de neurolinguística, sintetizada na piada do “Piaui Herald”: “Dilma faz delação premiada, mas PF não compreende nada”.
Dilma detesta privatizações e faz concessões de serviços públicos a contragosto, não gosta de nada que diminua o tamanho e poder do Estado. Será que ela nunca percebeu que um escândalo como o da Petrobras nunca aconteceria numa empresa privada do mesmo porte? Quadrilha de políticos e empreiteiros rouba Shell em bilhões de dólares! Valor de mercado cai pela metade com o escândalo Shellão... rsrs.
Claro, isso só acontece em empresas estatais; são 140 controladas pelo governo, dominadas pelo poder político e pelo aparelhamento partidário, usadas para tapar rombos e financiar campanhas. A maior inimiga da corrupção é a privatização.
Se a Petrobras tivesse sido privatizada em 2002, como Lula acusava Alckmin de tramar, não haveria petrolão. Mas nosso nacionalismo prefere ser roubado por patrícios a fazer boas parcerias internacionais ou pagar a estrangeiros por bons serviços.
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