sábado, 22 de agosto de 2015

Esquema de Lula com a Odebrecht é internacional. A corrupção brasileira se espalhou pelo mundo


Fonte: Nota do Dia

Enquanto milhões de brasileiros vão às ruas para protestar contra o escândalo bilionário de corrupção na Petrobras que está sacudindo o país, poucos se dão conta de que a corrupção brasileira pode ter se espalhado pelo mundo.

Tudo que foi revelado até aqui pela Operação Lava Jato pode ser apenas a ponta do iceberg da corrupção internacional. Projetos remotos construídos pela Odebrecht SA, alguns financiados pelo BNDES merecem ser examinados com uma lupa. É grande a probabilidade de que investigações paralelas encontrem escândalos ainda maiores.

“Esses assuntos internacionais estão nas fases iniciais de investigação. Ainda há muito material a ser analisado”, afirmou Deltan Dallagnol, um dos procuradores líderes do gigantesco caso criminal envolvendo a Petrobras.

A Transparência Internacional entrou em cena e anunciou que vai investigar os contratos das construtoras brasileiras em sete países incluindo a Venezuela, onde quatro empreiteiras venceram mais de 30 contratos com a ajuda de Lula.

A entidade que combate corrupção no mundo quer saber se as empresas repetiam em outros países o esquema de cartel e pagamento de propina desenvolvido no Brasil pelos integrantes do PT.

‘Relação transparente’

A Odebrecht confirmou que arcou com as despesas da participação paga de Lula em eventos em países como Venezuela, Angola, Cuba, Portugal, Peru e Panamá. Não se sabe ainda quanto Lula teria recebido pessoalmente, nem quantos milhões foram "doados" ao instituto que leva seu nome. Entretanto, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) divulgou dados sobre a empresa de Lula, a Lils.

Apenas a LILS, empresa de palestras do ex-presidente Lula, recebeu R$ 27 milhões, desde que ele deixou a presidência da República. Boa parte do dinheiro veio de empreiteiras investigadas na Lava Jato, como Odebrecht (R$ 2,8 milhões), Andrade Gutierrez (R$ 1,5 milhão) e OAS (R$ 1,4 milhão).


A investigação histórica já começou. Enquanto investigadores da Lava Jato se debruçam sobre a Petrobras no Brasil, outros em Brasília estão lentamente examinando contratos lucrativos concedidos a outras empresas para obras em lugares como Cuba, Equador e outros tão distantes quanto Moçambique e Angola.

No momento em que a Polícia Federal começar a investigar, encontrará uma série de obras inacabadas com orçamentos visivelmente superfaturados. Para se ter uma ideia, são aproximadamente US$ 25 bilhões para a Odebrecht apenas na Venezuela.

Na medida em avançar nos exames dos contratos, a Polícia Federal também descobrirá que dos US$ 12 bilhões em financiamento à exportação do BNDES, entre 2007 e maio deste ano, US$ 8 bilhões, ou 420 dos 539 contratos foram para a Odebrecht, com evidências de favorecimento dos governos Lula e Dilma.

O elemento internacional ameaça ampliar a lista de líderes políticos citados e envolver ainda mais o ex-presidente Lula da Silva no escândalo, que encheu os cofres de empresas e bancos, mas que colocou a Petrobras e o Brasil de joelhos perante o mundo.

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