sábado, 22 de agosto de 2015

Afinal, a verdade existe?

No meu tempo de estudante e, mais precisamente quando entrei para a faculdade (quando fui cooptada pela ideologia marxista e me tornei petista) passei por diversos momentos de lavagem cerebral sem perceber. Claro, é tudo feito de forma a "não parecer que é". TODOS OS TEXTOS lidos e sugeridos em sala de aula eram marxistas. TUDO o que se falava em sala de aula tinha um viés marxista. TODOS OS MEUS PROFESSORES eram marxistas.


A faculdade me negou o direito de conhecer as duas faces de uma mesma moeda me mostrando apenas uma.

Quando eu não entendia ou discordava de alguma coisa, era levada a acreditar que não tinha maturidade suficiente para compreender o que estava em discussão. Achava-me burra - coisa que professores e colegas sutilmente reafirmavam. Certa vez cheguei a ouvir de uma amiga: “Suas categorias de análise estão deturpadas. Falta-lhe muita leitura”.

Anos atrás fiz outra faculdade e, como não poderia deixar de ser, apesar de se tratar de outro curso e outra Universidade, lá estava o predomínio do viés marxista. Desta forma não é de se admirar que só recentemente, DEPOIS DE ALGUMA LEITURA DE CUNHO DIVERSO, é que estou começando a perceber que todas as minhas discordâncias com relação ao que via nas salas de aula não eram fruto do que costumavam taxar de imaturidade intelectual ou desconhecimento da realidade – às vezes até “dificuldade de apreensão da mesma”. Pelo contrário, tratava-se de uma forma inconsciente de recusar o que para mim não fazia sentido. É-me difícil aceitar o que não faz sentido, não importando o que seja ou de onde venha. Ainda hoje me recordo de uma passagem onde atraí para mim olhares raivosos de toda sala de aula porque tive o disparate de discordar do que o autor de um livro dizia. E vejam que foi uma discordância insignificante. A professora se resumiu a me forçar a ler e reler o trecho do qual discordara imaginando que isto me faria mudar de opinião... Não deu certo.

Apesar desta minha “desconfiança” a respeito da coerência teórica adotada pelos textos analisados – algo que me perseguiu durante todo o período em que estive na academia –, só agora percebo que eu não era tão burra quanto imaginava. Porém, há que se destacar um ponto que fugira desta minha confusão mental nos textos de viés marxista: houve um livro que jamais me levou a duvidar da minha capacidade de absorção da “cultura superior” – o "Relativisando" do Roberto Da Matta. Consta ali um discurso totalmente inebriante com relação à verdade. Este livro traz exatamente o posicionamento criticado pelo "Maro Filósofo" no vídeo abaixo. Contudo, quando li fiquei encantada com a defesa da ideia de que a verdade seria algo relativo e, portanto, algo inexistente. Assim sendo, não parei para analisar o absurdo da alegação.

Aquela afirmativa fazia de mim uma pessoa menos burra, posto haverem pessoas mais burras do que eu. Dá para perceber porque eu gostei tanto? No momento pouco importou a lógica presente em tal afirmativa. Mais urgente era meu sentimento de inferioridade que deveria ser contraposto. Fui enganada e aceitei de bom grado a mentira que me contaram porque ela me chegou em hora apropriada... E é assim, por meio de subterfúgios teóricos, que a ideologia marxista se apropria de nossas mentes sem que nos demos conta. Convém ressaltar que este foi o único texto que li, durante o meu processo de lavagem cerebral, que não só entendi, mas também julguei coerente. Felizmente, descubro hoje eu não era um caso perdido.

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